quinta-feira, 23 de junho de 2016

O que fazer quando as forças falham? Fiquei sabendo de um empresário que deu fim à própria vida após demitir mais de duzentos funcionários. Se eu concordo? Lógico que não! Mas eu passei a entender melhor esse tipo de atitude. Fico imaginando o peso que essa pessoa carrega nas costas a fim de tocar uma empresa que, por sua vez, mantem tantos empregos e suas famílias. Quantos outros tiveram a  mesma ideia, porém resistiram apoiados em suas crenças, valores e outras motivações que nos fazem continuar a caminhar apesar de tudo. Talvez ele tenha se poupado de chegar em casa e admitir que falhou na sua tarefa de provedor e que todo o tempo que ele dedicou ao seu empreendimento foi em vão. Medo que seus entes queridos se ressintam da eventual perda de status e poder econômico. Dói só de pensar.
Esse "tudo" tem se tornado um monstro cada vez maior e mais voraz.Toma conta de cada espaço da vida, deixando ao seu hospedeiro cada vez menos e menos. Pessoas precisam de razões para lutar e nesse mundo em constante transformação em que pilares antes tão sólidos ruem como se fossem feitos por alguma construtora corrupta não sobram muitas causas nobres.
Aí a gente se calça na família, só que não... Quem quer dar a mão a um adulto? Ninguém. Cada um tem sua vida e a gente só faz parte dela porque é bonito mostrar união aos amigos e ter para quem pedir ajuda quando necessário e apenas isso. O domingo no parque não deve ser sacrificado com gente que já não dá tanto retorno como antes.
E aí a gente vai perdendo importância, cada vez mais.
Porque legal é só o novo, então velhas relações deixam de ser interessantes.
De algum jeito eu me lembro da lógica dos filmes de Hollywood em que os personagens têm seu círculo de convivência e proteção com seus amigos e seus amores, por quem tomam atitudes nobres e de sacrifício. A família é tida como um entrave, se resumindo a visitantes indesejáveis que representam um passado que deve ser esquecido.
Também tenho grandes amigos e estes têm suas vidas independentes, mas de acordo com o meu pensamento antiquado, a família vem em primeiro lugar.
Não sei até quando e não não sei de que jeito, até que as forças falhem.

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